Clevenize Carminati RU 1565344
Marcia
F. de O. Alves RU 1752138
Solange G. Somavila RU 1560901
EDUCAÇÃO PARA TODOS?
Aluno com paralisia
cerebral possui computador especial para auxiliá-lo durante as aulas em uma
escola estadual na cidade de São Miguel do Iguaçu, interior do Paraná. O
aparelho foi adquirido pelos próprios pais do aluno, em 2016, quando este iniciou
seus estudos no ensino fundamental II. Com recursos próprios, os pais decidiram
adquirir um computador para facilitar a aprendizagem do filho na escola, visto
que o governo do estado só oferece o professor auxiliador, PAC (Professor de
Apoio à Comunicação), mas não oferece recursos tecnológicos suficientes para
atender as necessidades de todos os alunos com necessidades especiais.
Em visita à Escola Pedro
Viriato Parigot de Souza, no Centro de São Miguel do Iguaçu, a professora que
auxilia o aluno G.B.F, de 16 anos, em sala (PAC) disse que o governo do Estado
do Paraná disponibiliza também uma pessoa para auxiliá-lo na hora do intervalo
e nos momentos em que é necessário fazer a higiene dele, bem como dar os
remédios necessários.
Porém, os recursos
tecnológicos disponíveis para o atendimento especializado, limita-se à sala de
recursos, que é muito importante, mas não é suficiente para proporcionar uma
aprendizagem adequada, foi isso que levou os pais do aluno a adquirirem o
computador, que possui um monitor grande e um teclado colorido, com teclas
maiores que os teclados convencionais.
O referido aparelho
armazena os conteúdos de todos os livros didáticos utilizados pelo aluno G.B.F.,
e também faz pesquisas via internet para facilitar a compreensão dos conteúdos
que são abordados pelos professores da turma. Sendo assim, é possível
utilizá-lo em todas as disciplinas. A desvantagem, é que o aluno não tem
autonomia para utilizá-lo, pois é a professora que usa o aparelho para mostrar
vídeos (pesquisados no momento da aula) referentes ao conteúdo apresentado pelo
professor durante as aulas.
Já existem softwares
que permitem às pessoas operarem o computador usando o comando de voz, como
os tetraplégicos. No entanto, há recursos muito mais baratos que auxiliam
pessoas que só tem o movimento da cabeça, mas não falam, como é o caso do aluno
G.B.F, que por causa da paralisia cerebral, não consegue falar, mas movimenta a
cabeça para dizer “sim” ou “não”. Esse tipo de recurso é chamado de “capacete
com ponteira”. Apesar de ser um recurso mais barato, este capacete ainda não é
comum nas escolas.
Conforme o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (Inep), no Brasil a educação especial tem 752.305 matrículas,
entre os alunos de escolas regulares e especiais. A área de tecnologia
assistiva, que proporciona autonomia para as pessoas com alguma deficiência, vem
crescendo, mas ainda é insuficiente para atender a demanda de alunos com algum
tipo de deficiência.
A inclusão
da pessoa com deficiência na escola é, sem dúvidas, um grande desafio que
envolve pais, alunos e todos os profissionais de educação. Por causa da
legislação que obriga as escolas a aceitarem esses alunos no ato da matrícula,
uma série de professores enfrenta questões completamente novas em sala de aula,
para atender às demandas específicas de pessoas com deficiência e ao mesmo
tempo dividir a atenção com o restante da classe.
Apesar
de muitos profissionais da educação procurarem se aperfeiçoar, fazendo cursos
de pós-graduação na área de Educação Especial, percebe-se que a grande maioria não
se preocupa em atender esse público especial. As aulas, na maioria das vezes,
são ministradas da mesma maneira, independente de haver ou não alunos com
alguma deficiência, bem como as avaliações, que na grande maioria, não leva em
consideração suas limitações. No caso do referido computador, somente a
professora PAC sabe utilizá-lo, ou seja, se ela faltar por algum motivo, o
aluno não tem assitência, pois nenhum outro professor sabe manusear o aparelho.
A
prática pedagógica adequada em face do processo de inclusão é de fundamental
importância, sendo necessário que o professor se perceba como um agente
facilitador dos processos de aprendizagem. O ideal seria que cada aluno fosse
visto como um sujeito singular, que tem uma história própria, que traz consigo
conhecimentos anteriores à vida escolar, e que se constrói através das relações
sociais existentes no contexto social.
Com isso os diretores de escolas, coordenadores pedagógicos e
professores devem rever o seu papel na gestão escolar. É preciso buscar
alternativas que promovam a inserção de crianças com qualquer tipo de
deficiência no ambiente escolar e facilitem o seu desenvolvimento, independente
da necessidade. A
proposta da utilização de tecnologias assistivas é estimular o aprendizado e
incluir os deficientes no ambiente escolar, de maneia mais independente.
O aluno
em questão só pode usufruir da tecnologia assistiva que utiliza em sala, devido
às condições financeiras dos seus pais, pois se dependesse dos recursos do
governo, a sua inclusão seria muito mais difícil. No entanto, o empenho de
todos os professores, e não só os professores PAC, podem fazer a diferença na
vida dos alunos com deficiência, que precisam realmente se sentirem incluídos
na sociedade.
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