segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Clevenize Marcia Solange

Clevenize Carminati RU 1565344 
Marcia F. de O. Alves RU 1752138
Solange G. Somavila RU 1560901

EDUCAÇÃO PARA TODOS?

Aluno com paralisia cerebral possui computador especial para auxiliá-lo durante as aulas em uma escola estadual na cidade de São Miguel do Iguaçu, interior do Paraná. O aparelho foi adquirido pelos próprios pais do aluno, em 2016, quando este iniciou seus estudos no ensino fundamental II. Com recursos próprios, os pais decidiram adquirir um computador para facilitar a aprendizagem do filho na escola, visto que o governo do estado só oferece o professor auxiliador, PAC (Professor de Apoio à Comunicação), mas não oferece recursos tecnológicos suficientes para atender as necessidades de todos os alunos com necessidades especiais.

Em visita à Escola Pedro Viriato Parigot de Souza, no Centro de São Miguel do Iguaçu, a professora que auxilia o aluno G.B.F, de 16 anos, em sala (PAC) disse que o governo do Estado do Paraná disponibiliza também uma pessoa para auxiliá-lo na hora do intervalo e nos momentos em que é necessário fazer a higiene dele, bem como dar os remédios necessários.

Porém, os recursos tecnológicos disponíveis para o atendimento especializado, limita-se à sala de recursos, que é muito importante, mas não é suficiente para proporcionar uma aprendizagem adequada, foi isso que levou os pais do aluno a adquirirem o computador, que possui um monitor grande e um teclado colorido, com teclas maiores que os teclados convencionais.

O referido aparelho armazena os conteúdos de todos os livros didáticos utilizados pelo aluno G.B.F., e também faz pesquisas via internet para facilitar a compreensão dos conteúdos que são abordados pelos professores da turma. Sendo assim, é possível utilizá-lo em todas as disciplinas. A desvantagem, é que o aluno não tem autonomia para utilizá-lo, pois é a professora que usa o aparelho para mostrar vídeos (pesquisados no momento da aula) referentes ao conteúdo apresentado pelo professor durante as aulas.
Já existem softwares que permitem às pessoas operarem o computador usando o comando de voz, como os tetraplégicos. No entanto, há recursos muito mais baratos que auxiliam pessoas que só tem o movimento da cabeça, mas não falam, como é o caso do aluno G.B.F, que por causa da paralisia cerebral, não consegue falar, mas movimenta a cabeça para dizer “sim” ou “não”. Esse tipo de recurso é chamado de “capacete com ponteira”. Apesar de ser um recurso mais barato, este capacete ainda não é comum nas escolas.
Conforme o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), no Brasil a educação especial tem 752.305 matrículas, entre os alunos de escolas regulares e especiais. A área de tecnologia assistiva, que proporciona autonomia para as pessoas com alguma deficiência, vem crescendo, mas ainda é insuficiente para atender a demanda de alunos com algum tipo de deficiência.

A inclusão da pessoa com deficiência na escola é, sem dúvidas, um grande desafio que envolve pais, alunos e todos os profissionais de educação. Por causa da legislação que obriga as escolas a aceitarem esses alunos no ato da matrícula, uma série de professores enfrenta questões completamente novas em sala de aula, para atender às demandas específicas de pessoas com deficiência e ao mesmo tempo dividir a atenção com o restante da classe.

Apesar de muitos profissionais da educação procurarem se aperfeiçoar, fazendo cursos de pós-graduação na área de Educação Especial, percebe-se que a grande maioria não se preocupa em atender esse público especial. As aulas, na maioria das vezes, são ministradas da mesma maneira, independente de haver ou não alunos com alguma deficiência, bem como as avaliações, que na grande maioria, não leva em consideração suas limitações. No caso do referido computador, somente a professora PAC sabe utilizá-lo, ou seja, se ela faltar por algum motivo, o aluno não tem assitência, pois nenhum outro professor sabe manusear o aparelho.

A prática pedagógica adequada em face do processo de inclusão é de fundamental importância, sendo necessário que o professor se perceba como um agente facilitador dos processos de aprendizagem. O ideal seria que cada aluno fosse visto como um sujeito singular, que tem uma história própria, que traz consigo conhecimentos anteriores à vida escolar, e que se constrói através das relações sociais existentes no contexto social.

Com isso os diretores de escolas, coordenadores pedagógicos e professores devem rever o seu papel na gestão escolar. É preciso buscar alternativas que promovam a inserção de crianças com qualquer tipo de deficiência no ambiente escolar e facilitem o seu desenvolvimento, independente da necessidade. A proposta da utilização de tecnologias assistivas é estimular o aprendizado e incluir os deficientes no ambiente escolar, de maneia mais independente.

O aluno em questão só pode usufruir da tecnologia assistiva que utiliza em sala, devido às condições financeiras dos seus pais, pois se dependesse dos recursos do governo, a sua inclusão seria muito mais difícil. No entanto, o empenho de todos os professores, e não só os professores PAC, podem fazer a diferença na vida dos alunos com deficiência, que precisam realmente se sentirem incluídos na sociedade.  

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